segunda-feira, fevereiro 14, 2011

Alcoolismo: a doença da negação


O álcool é um depressor do sistema nervoso central e, como tal, altera o estado psíquico do indivíduo.

Ninguém começa a usar o álcool pensando em se tornar alcoólatra. Existem vários fatores desencadeantes da doença alcoolismo, como:

1) curiosidade em obter os seus efeitos. Sendo eles: desinibição, relaxamento, tranquilização e sedação;

2) desestrutura familiar;

3) inabilidade de lidar com as situações de perdas e até com o sucesso na vida, etc. Tais fatores, porém, desencadeiam o uso, mas não justificam a doença.

Alcoolismo é uma doença, isto é, um conjunto de fenômenos fisiológicos, comportamentais e cognitivos no qual o uso da substância alcança importância maior para o indivíduo do que qualquer outra atividade e/ou comportamento que antes tinham maior valor.

Como podemos avaliar se uma pessoa desenvolveu alcoolismo?

Percebendo se ela apresenta sinais como:

1) um forte desejo ou compulsão – desejo praticamente incontrolável de beber;

2) dificuldade de controlar o comportamento de consumir a substância no seu início, término ou nível de consumo. Criou tolerância e necessita de doses maiores para ter o mesmo efeito – esse sintoma já caracteriza a perda de controle.

Após o primeiro gole, o indivíduo não consegue controlar o uso. Em consequência do alcoolismo, a pessoa tem apagamentos, atrasos e faltas ao trabalho, mudança de comportamento, queda de produtividade, bom desempenho esporádico (na tentativa de controle), baixa autoestima, fuga geográfica (troca frequente de casa, emprego, cidade e até de família), acidentes domésticos e de trânsito, abandono de projetos e interesses, some alguns dias sem dar satisfação à família e ao trabalho e não gosta de falar sobre o seu uso de álcool.

Pessoas com essas características, ou seja, aquelas que insistem no uso, apesar das consequências danosas, visíveis nas diversas áreas de sua vida, já se encontram doentes e precisam de ajuda. Para ajudar, é preciso parar de negar a doença. A negação não ocorre só da parte do paciente, mas também da família, dos amigos e dos patrões. É necessário aceitar e tratar o alcoolismo, detê-lo, caso contrário o alcoólatra morrerá precocemente.

Evelyn Vinocur é psicoterapeuta cognitivo-comportamental. Atua há mais de 30 anos na área de saúde mental de adulto e é especializada em saúde mental da infância e adolescência. www.evelynvinocur.com.br

FONTE: IDMED

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