quinta-feira, novembro 25, 2010

Dietas restritivas e os riscos para sua saúde

A maioria das pessoas quer emagrecer 8 kg ou mais em 1 mês, mas se esquecem dos riscos à saúde. Para aqueles apressadinhos, sempre questiono: o peso extra com o qual você está hoje ganhou em 1 mês apenas? Então, não será em 1 mês que irá emagrecer tudo. Vá com calma! O ideal é emagrecer de 3 a 4 kg por mês de forma saudável.

As dietas restritivas ou da moda (dieta da USP, dieta da sopa, dieta da proteína e outras) emagrecem, sim, mas o efeito sanfona acontece, engordam novamente e prejudicam o organismo devido a baixas calorias e nutrientes. Alguns riscos dessas dietas são: desnutrição, cansaço, queda de cabelo e hipoglicemia, podendo chegar a desmaios e ao coma devido à baixa oferta de alimentos.

Cada pessoa possui sua TMB – Taxa de Metabolismo Basal –, que são as calorias mínimas que necessita para as funções vitais (coração, pulmão, cérebro...), e geralmente as dietas da moda ou restritivas não respeitam a TMB, deixando a pessoa fraca, sonolenta, suando frio, com tremores, fome e correndo todos os riscos listados acima.

Existem aquelas pessoas que associam as dietas da moda aos medicamentos para emagrecer, sem prescrição médica, aumentando ainda mais os riscos à saúde.

Sugestões

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Fuja das dietas da moda ou restritivas.

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Ficar em jejum não emagrece. Faça de 5 a 6 refeições ao dia e em pequenas quantidades, priorizando os alimentos mais saudáveis, menos calóricos e naturais.

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Inicie uma atividade física ou esporte de sua preferência.

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Seja determinado e persistente na alimentação e nos exercícios. Os resultados começam a aparecer com o tempo.

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Não use suplementos ou medicamentos sem a orientação de um nutricionista ou médico.

Kilza Miranda - CRN 5953 - é nutricionista graduada pelo Centro Universitário do Leste de MG (Unileste). Possui cursos de extensão em Nutrição Clínica Funcional - Personal Nutrition Funcional e Curso Prático de Atendimento Clínico Nutricional (NTR Cursos - Curitiba/ Belo Horizonte-MG).www.dicasdenutricao.com

Câncer e depressão!


Câncer e depressãoQual é a relação da depressão com o câncer?

A depressão é muito comum no câncer e, quando está presente, piora muito a evolução do quadro clínico e a qualidade de vida do paciente.

A depressão acomete os portadores de câncer ou pode-se considerar que a depressão causa câncer?

Os estudos não comprovaram que a depressão possa ser a causa principal de câncer, uma vez que as causas do câncer são multifatoriais, envolvendo aspectos genéticos, psicológicos, história de vida e exposição a agressores ambientais, mas certamente pode ser um dos fatores contribuintes para o seu surgimento, principalmente como um desencadeador dos primeiros sintomas clínicos do câncer, por prejudicar de forma indireta ou direta a imunidade do organismo, permitindo que ele avance mais rapidamente. Em alguns casos de câncer, como, por exemplo, o câncer de pâncreas, a depressão pode ser uma consequência da agressão do câncer ao cérebro, tanto por fatores diretos (metástases cerebrais) como por desequilíbrios biológicos que afetem o cérebro indiretamente (desequilíbrio de sais minerais, por exemplo).

Quais são os fatores que contribuem para a depressão?

Vários fatores podem contribuir para o surgimento da depressão, como vulnerabilidade genética (familiar), doenças clínicas ou uso de medicamentos que induzem à depressão (por exemplo, alguns anti-hipertensivos), ou mesmo o uso de drogas como álcool e cocaína. Um estresse mais intenso geralmente pode desencadear uma crise depressiva, mas não pode ser considerado uma causa da depressão.

Como notar os sintomas?

Os principais sintomas são: tristeza a maior parte do tempo, perda do ânimo e disposição, fadiga ou cansaço excessivo, alterações do sono – como insônia ou excesso de sono –, alteração do apetite – como aumento ou diminuição do apetite –, problemas de concentração e memória, agitação física ou lentificação física, pensamentos negativos, de culpa, de baixa autoestima, de pessimismo e de suicídio e morte. Os pacientes podem não falar nada e apresentarem-se mais lentos, mais tristes ou mais apáticos, deixando de fazer coisas que gostavam, se isolando das pessoas e não conseguindo dar conta das atividades que costumavam fazer, tanto no trabalho como em casa.

Depressão em pacientes com câncer está associada a maiores índices de mortalidade?

Certamente, não só mortalidade, mas também pior qualidade de vida.

O que fazer para buscar tratamento? É possível tratar o câncer e a saúde mental em sintonia?

Na suspeita de uma depressão em um paciente com câncer, seria necessário pedir uma avaliação de um médico psiquiatra, que vai avaliar e indicar, quando necessário, tratamento medicamentoso. O tratamento psicológico é quase sempre indicado, pois pode melhorar a sobrevida dos pacientes, independente da presença ou não de uma depressão. O tratamento do câncer precisa quase sempre de um tratamento paralelo psicológico, pois esse suporte melhora muito a qualidade de vida e a capacidade de enfrentamento dos pacientes diante do estresse poderoso que é poder perder a vida por um câncer, principalmente através de terapias de grupo especializadas e focadas em pacientes com câncer que sobreviveram. A saúde mental bem cuidada é fundamental para a boa evolução de um paciente com câncer.

Como as pessoas (familiares, cuidadores, etc.) que estão ao redor desses pacientes podem ajudar o depressivo?

Dando apoio, estando presentes, se preocupando sem pressionar demais esses pacientes, pois o excesso de atenção pode gerar superproteção e ser mais um fator de estresse. É importante estimular os pacientes a procurar ajuda psicológica e eventualmente psiquiátrica, e entendendo melhor o problema da depressão, com busca de informações de boa qualidade. No Brasil, sugiro a ABRATA – Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (http://www.abrata.org.br/).

Prof. Dr. Teng Chei Tung – CRM/SP 65297 – é médico supervisor do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), coordenador do Serviço de Interconsultas do IPq-HCFMUSP (Instituto de Psiquiatria do HCFMUSP), membro da Comissão Científica da ABRATA – Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtorno Afetivo e diretor clínico da CLIAD – Clínica de Ansiedade e Depressão. Possui doutorado em Psiquiatria - FMUSP.