quinta-feira, janeiro 06, 2011

Chá verde pode ajudar na prevenção do Alzheimer e do câncer



De acordo com pesquisa realizada no Reino Unido, a bebida tem propriedades que protegem o cérebro e inibem o crescimento de células cancerígenas
REDAÇÃO ÉPOCA

O chá verde é usado na medicina tradicional chinesa há séculos. No Brasil, ele ganhou fama de ser um aliado para quem quer emagrecer. Agora, um estudo publicado na revista Phytomedicine aponta que esse tipo de chá também tem um papel vital na proteção do organismo contra o câncer e pode ser eficaz no combate das principais causas do Mal de Alzheimer.

A pesquisa foi realizada na Universidade de Newcastle, no Reino Unido, e tinha como principal objetivo investigar se as propriedades do chá verde ainda estavam ativas depois de serem ingeridas e se elas realmente eram absorvidas pelo organismo.

De acordo com Ed Okello, um dos responsáveis pela pesquisa, as propriedades do chá verde são potencializadas durante o processo de digestão. "As substâncias químicas resultantes da digestão da bebida são realmente mais eficazes contra as principais causas do desenvolvimento de Alzheimer do que a forma não digerida do chá",diz.

Dois compostos são conhecidos por desempenhar um papel significativo no desenvolvimento da doença de Alzheimer – o peróxido de hidrogênio e uma proteína conhecida como beta-amilóide. Estudos realizados anteriormente demonstraram que compostos conhecidos como polifenóis, presentes no chá verde, possuem propriedades neuroprotetoras que impedem que as substâncias que causam a doença se fixem no cérebro.

"Além disso, descobrimos também que os compostos digeridos tinham propriedades anticancerígenas que diminuíram significativamente o crescimento das células tumorais usadas em nossos experimentos”, complementa o pesquisador.

O próximo passo dos pesquisadores é descobrir qual a quantidade ideal de consumo da para que ela tenha um efeito protetor no organismo humano.

FONTE:

http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI200435-15257,00.html

Viajar sem ganhar um quilo sequer: saiba como se portar na estrada, no aeroporto, no hotel...




Viajar não significa necessariamente comer alimentos calóricos fora de hora e tirar férias dos exercícios físicos. Ter uma vida saudável é um hábito, e não uma medida que se toma apenas durante alguns períodos. Veja as dicas para viajar tranquilo e com a certeza de que você não vai voltar com quilinhos extras!

Na estrada

Encha uma bolsa térmica com lanches saudáveis ou até mesmo refeições completas. Frutas, garrafas de água e suco, iogurte e vegetais cortados são ótimas opções.

Não pule refeições e tente não ficar mais que 4 ou 5 horas sem comer. Isso prejudica sua habilidade para fazer escolhas saudáveis. Além disso, ter sempre energia faz com que você fique mais alerta no trânsito.

Evite comer refeições completas com o carro em movimento. Pare, relaxe e curta sua comida. Assim você pode prestar atenção nos seus sinais de saciedade e deixa de comer além da conta. Além de estar mais atento ao trânsito.

Quando se sentir cansado, pare o carro e alongue-se. Faça uma caminhada ou uma pequena corrida de 10 minutos. Quando voltar ao carro, você vai se sentir mais disposto e com energia.

Evite café e bebidas cafeinadas. A cafeína proporciona energia por um curto período de tempo. Quando o nível de cafeína cai, pode deixar você ainda mais cansado. Para estabilizar os níveis energéticos, beba muita água e coma alimentos saudáveis e completos que mantenham seu nível glicêmico na média.

Tome cuidado com os restaurantes de estrada. Se não tiver opção, escolha os itens mais saudáveis possíveis em porções pequenas. Uma maneira de não exagerar nas calorias e gordura é evitar maionese, molhos especiais, queijo e embutidos. Principalmente agora no verão, quando as temperaturas estão mais elevadas e facilitam a contaminação desses alimentos.

No aeroporto

Tente comer uma refeição saudável antes de chegar ao aeroporto. Você será menos atentado a beliscar lanchinhos calóricos apenas porque está andando pelo aeroporto ou está entediado.

Se for comer no aeroporto, procure saladas, sucos naturais, sopas de vegetais e frango grelhado.

Enquanto espera no aeroporto, aproveite para se movimentar. Use as escadas, passeie pelas lojas e carregue sua própria bagagem.

Ligue para o serviço aéreo e pergunte se uma refeição completa é oferecida. Os jantares dos voos são geralmente muito calóricos (quase 1000 calorias ou até mais!). Se o serviço permitir, peça uma refeição para diabéticos, de baixa gordura ou vegetariana. Ou leve seu próprio lanche de casa.

Os voos podem desidratá-lo facilmente. Por isso, beba muita água durante o voo!

Durante o voo, levante e ande pelos corredores algumas vezes. Isso o deixa mais calmo e evita dores nas pernas e costas. Além de queimar umas calorias e melhorar a circulação, evitando a retenção de líquidos!

No cruzeiro

Cruzeiros são conhecidos pelas deliciosas comidas gourmet oferecidas. Você não precisa se privar delas, basta consumi-las com moderação e aproveitar as oportunidades que o cruzeiro dá para você se exercitar.

Nos buffets, encha seu prato apenas uma vez da seguinte forma: 50% de vegetais e 50% com outras pequenas porções de comida que você quiser experimentar.

Se você exagerar numa refeição, compense nas próximas: prefira refeições leves e vegetarianas.

Se for pedir sobremesa, não faça disso um hábito. E quando for pedir, divida com mais alguém. Dê preferência aos doces de frutas, evite doces que contenham leite ou leite condensado.

Muitos cruzeiros oferecem um “Menu Spa”. Peça quando puder. E quando for pedir qualquer refeição, seja específico sobre o que quer e o que não quer. Por exemplo, você pode escolher uma carne grelhada em vez de alguma frita ou com algum molho. Os alimentos fritos podem ter até três vezes mais calorias que os grelhados/assados/cozidos.

Cruzeiros geralmente oferecem academias completas e aulas de aeróbica e dança. Tente fazer uma atividade por dia, vá dançar na discoteca e faça esportes na praia quando o navio ancorar.

No hotel

Não consuma as opções do frigobar. Além dos preços exorbitantes, as opções não são as mais saudáveis. Em vez disso, encontre um lugar que venda comida mais saudável e abasteça a geladeira com seus próprios lanchinhos (água de coco, sucos de fruta sem açúcar, chás, barrinhas de cereal, frutas).

Quando usar o serviço de quarto, peça exatamente o que você deseja, mesmo se não tiver no menu. Muitos hotéis aceitam pedidos diferenciados, como mais vegetais em vez de dois pedaços de carne, ou um frango grelhado em vez de um bife.

Antes de escolher o hotel, veja se ele oferece opções para você se exercitar, como academias, pista de corrida, aluguel de bicicletas ou piscina. Aí é só colocar na mala as roupas e os tênis apropriados.

Não se esqueça de levar um chapéu e protetor solar em qualquer viagem.

Lembre-se: você não vai perder peso em uma viagem, mas pode mantê-lo. Tente novos tipos de exercício, como um vôlei de praia ou, se for para a neve, uma aula de esqui. Afinal, viagens servem para que você relaxe e se divirta!

Carol Sessa é nutricionista; especialista em Nutrição Humana e Saúde e em Terapia Nutricional. Atua na área de nutrição clínica do "Espaço Terapêutico" em Vila Velha - ES. www.nutricarol.com.br

Aproveite as liquidações mas cuidado com o orçamento


Início de ano o cartão de crédito está abarrotado de dívidas do fim de ano e não está sozinho: IPVA, IPTU, outros impostos e matrícula escolar completam a lista

Trinta, cinquenta, setenta por centro de desconto. Esses percentuais costumam atrair a atenção de muitos capixabas pelo comércio da Grande Vitória. Início de ano é época de aproveitar, mas também de cautela para não estourar o saldo no cartão de crédito ou se comprometer com contas que futuramente podem se tornar motivo para dor de cabeça.

De acordo com a gerente de atendimento do Procon Estadual, Shirley Gonçalves não há mistério, basta não ameaçar o orçamento mensal, afirma . "Afinal é início de ano, em um pós-Natal, e quando geralmente o cartão de crédito está abarrotado de dívidas. Sem contar IPVA, IPTU, outros impostos e a matrícula escolar dos filhos. A orientação, portanto, é que as pessoas analisem a necessidade de realmente ter aquilo que é desejado em alguma promoção", alertou.

Sempre atenta às promoções após as festas de fim de ano, a gerente comercial de hotel Giselle Haase, 29 anos, afirma que não faltam opções. "Roupas, sapatos e eletrodomésticos geralmente caem bem de preço nesta época de ano. Inclusive já comprei alguma coisa. Alguns sapatos. Somente o necessário", respondeu aos risos.

Nota fiscal

Ter cuidado com o detalhes do produto a ser adquirido é fundamental, alerta a gerente do Procon. "Liquidação geralmente pode colocar algum produto com algum tipo de dano, defeito, ou algum tipo de vício. Uma mancha pequena, um arranhadinho. Avaliar o produto é sempre necessário", afirmou.

O Código de Defesa do Consumidor (CDC) não obriga o fornecedor a trocar os produtos por motivo de cor, tamanho ou gosto. Nestes casos, a loja só terá que trocar a mercadoria caso tenha prometido por escrito. Seja na etiqueta do produto ou na própria nota fiscal.

Para evitar transtornos no momento da troca é bom se precaver de todas as formas possíveis. Por exemplo, qualquer produto que esteja com valor reduzido, por conta de algum tipo de defeito, deve ter essa especificidade descrita na nota fiscal ou no recibo de compra, segundo Shirley Gonçalves.

Forma de pagamento

As condições de pagamento devem ser levadas em consideração na hora de qualquer compra. O preço para pagamento com cartão de crédito não pode ser diferente do preço praticado à vista.

O estabelecimento não é obrigado a aceitar o pagamento por meio de cheques, desde que avise ao consumidor de forma clara, precisa e ostensiva. Porém, caso aceite esta modalidade de pagamento, não poderá haver distinção por praça e tempo mínimo de abertura da conta.


Fonte: Gazeta Online

Homossexuais poderão realizar reprodução assistida para ter filhos





O Conselho Federal de Medicina (CFM) mudou as regras de reprodução assistida abrindo espaço para que casais homossexuais possam ter filhos por meio da técnica de fertilização de embriões.

Outra inovação importante é que a técnica da reprodução assistida poderá ser usada após a morte do doador do material, desde que haja autorização anterior. As novas regras foram aprovadas em dezembro passado.

O CFM também estabeleceu um número máximo de embriões a serem implantados nas pacientes. Mulheres de até 35 anos podem implantar até dois embriões; de 36 a 39 anos, até três; acima de 40, quatro embriões. A ideia é prevenir casos de gravidez múltipla, que aumentam as chances de aborto e de nascimento de bebês prematuros.

Os médicos continuam proibidos de usarem técnicas para definir o sexo ou alguma característica da criança por meio de intervenções na reprodução assistida.


Fonte: ES Hoje

Viagens de avião e doenças respiratórias: evite sustos durante o voo



O período de férias sempre é momento propício para as viagens mais longas. Com tantos detalhes para se preocupar, a saúde acaba esquecida e muitos pacientes viajam sem tomar as devidas precauções.

Para quem vai fazer viagens longas, especialmente de avião, todo cuidado é pouco para não levar um susto durante o voo. Estudos realizados em diversos países atestam que a qualidade do ar dentro dos aviões é geralmente inadequada e favorece o aparecimento ou agravamento de diversos males.

Apesar de pequeno, existe risco de transmissão de doenças virais pelo sistema de ventilação dos aviões. Em épocas de epidemia como a de gripe, pacientes com doenças respiratórias crônicas devem ter precaução e procurar seu médico antes de viajar.

Aliados à má condição atmosférica nas alturas, estão a baixa umidade relativa do ar, efeitos do ressecamento causado pelos potentes ar-condicionados. Isso acontece porque, ao passar pelas turbinas, o ar é elevado a altas temperaturas para depois ser resfriado e transferido para dentro da aeronave.

O médico explica que o risco é maior para quem já sofre de doenças respiratórias, que fica sujeito à crise de asma, rinite ou doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), dependendo do mal que o acomete. Aqueles pacientes que dependem de oxigênio domiciliar devem aumentá-lo de 1 a 2 L/minuto durante o voo, para manter a saturação de oxigênio maior ou igual a 92 %. Em alguns casos específicos, pode ser importante que o paciente tenha consigo um oxímetro portátil, que permite controlar os níveis de oxigênio, que variam conforme a pressurização da cabine.

Nestes casos, a tripulação deve ser avisada e os medicamentos, tanto de manutenção como de emergência, mantidos ao alcance durante todo o trajeto. Para isso, a orientação prévia de um pneumologista é imprescindível, inclusive para saber como proceder em uma emergência.

Jamais tome remédios sem indicação médica, mesmo na tentativa de reduzir o mal-estar. Diuréticos e bebidas alcoólicas, por exemplo, podem potencializar os problemas.

Principais problemas durante o voo

Bastam poucos minutos dentro do avião para os pacientes mais sensíveis comecem a sentir o ressecamento de mucosas como olhos e nariz, irritação, inflamação local e sede. Além do ar seco, as temperaturas costumam ser baixas, visto que o ar externo chega a – 80ºC.

Juntando tudo isso, passageiros ficam mais suscetíveis a infecções locais como faringite, amigdalite, sinusite e pneumonia.

Outro problema que traz desconforto especialmente ao doente pulmonar é a hipoxemia, causada pela pressão interna nas cabines, que leva ao baixo índice de oxigênio no sangue, em níveis muito parecidos aos observados em grandes altitudes. Os pacientes que já utilizam oxigênio domiciliar devem aumentá-lo durante a viagem e aqueles que têm risco de desenvolver hipoxemia podem necessitar de oxigênio suplementar durante a viagem. Para isso é de fundamental importância a orientação de um médico.

Em casos extremos, o longo período de tempo em que o passageiro permanece imóvel pode favorecer trombose venosa e o tromboembolismo pulmonar. Nesta situação, formam-se coágulos que podem se desprender e atingir os pulmões por meio da corrente sanguínea, causando embolia pulmonar e oferecendo risco de morte. Para viagens de longa duração é importante que as pessoas se movimentem frequentemente e também o uso de meias elásticas de média compressão, o que pode prevenir tromboembolismo pulmonar.

Outro quadro possível é o pneumotórax, principalmente naqueles pacientes que apresentam doenças císticas pulmonares e bolhas de enfisema no pulmão. Devido à diminuição da pressão dos gases dentro da cabine, eles expandem dentro de cistos e bolhas pulmonares, podendo levar ao rompimento e vazamento de ar para dentro da caixa torácica, o que leva ao quadro de pneumotórax, que pode ser fatal.

De qualquer forma, não existe razão para que os indivíduos que sofrem de doenças respiratórias, como a asma, desistam de viajar de avião. Basta que os riscos sejam minimizados com prevenção e tratamento antes, durante e depois das viagens.


Dr. Igor Bastos Polonio é membro da diretoria da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia e médico assistente da Clínica de Pneumologia da Santa Casa de São Paulo.

Infecção do trato urinário




Infecção urinária é o resultado da contaminação do trato urinário por agentes infecciosos (uropatógenos), em geral bactérias. É uma das infecções bacterianas mais frequentes em crianças, atingindo principalmente as meninas.

Como ocorre?

A infecção urinária ocorre por contaminação do trato urinário, em geral por bactérias provenientes do intestino. Essas bactérias se localizam inicialmente no períneo e genitália externa (vagina nas meninas e prepúcio nos meninos), de onde contaminam a região peri-uretral (em volta do canal da uretra) e invadem o trato urinário. As bactérias uropatogênicas são móveis e têm capacidade de aderir a receptores presentes nas células uroepiteliais dos indivíduos predispostos à infecção urinária, podendo causar infecção na bexiga e nas vias urinárias (cistite) ou atingir os rins (pielonefrite).

Quais são os sintomas?

O sintoma mais frequente é dor para urinar (disúria), que pode ser acompanhada de um ou mais dos seguintes sintomas: dificuldade para urinar (retenção urinária, hesitação) ou, ao contrário, “urina solta” – paciente sente vontade de ir várias vezes ao banheiro (polaciúria) ou tem a sensação de que “ficou um resto de urina” na bexiga (tenesmo); tem a sensação de que vai “perder urina” e corre para o banheiro (urgência) ou corre, mas “escapa urina no caminho” (urge-incontinência). Dor abdominal, mal-estar, náusea ou vômitos também podem estar presentes, porém, o sintoma mais importante é FEBRE acompanhando os sintomas urinários ou a “febre sem foco aparente da infecção” ao exame clínico após 24-48h do início desse sintoma. A febre pode ocorrer como único sintoma da infecção urinária em 10-15% dos casos, principalmente em crianças pequenas: recém-nascidos, lactentes e pré-escolares até por volta do 3º ano de vida.

Há formas de prevenir a ITU?

Sim. Manter aporte hídrico, hábitos alimentares, urinários e intestinais adequados é essencial para tratar a infecção urinária e evitar novos surtos, além da boa aderência ao tratamento indicado pelo médico.

Recomenda-se ingerir aproximadamente 30 ml/kg/dia de água, chá e sucos naturais (evitar refrigerantes e sucos artificiais). O café da manhã deve estar presente diariamente, incluindo frutas, verduras e outras fontes de fibras nas refeições.

O hábito urinário diurno é resultado de aprendizado, devendo-se orientar micções: ao acordar, durante o dia a cada 3h-4h e ao se deitar. As meninas devem urinar sempre sentadas, com os pés apoiados (colocar, se necessário, um apoio para os pés), para que relaxem a musculatura perineal, permitindo o esvaziamento completo da bexiga.

O hábito intestinal também é resultado de aprendizado e de boa alimentação. Em geral, é diário, pastoso e realizado sem esforço, sem catarro, gordura (fezes que boiam) ou sangue.

A orientação de boa higiene perineal pode evitar erros no diagnóstico da infecção urinária, “falsa infecção urinária”. A dúvida diagnóstica ocorre porque a inflamação perineal (vulvovaginites, balanopostites ou dermatites de diversas causas) pode causar sintomas urinários, presentes em 30 a 50% dos pacientes. Quando a infecção ocorre com muita frequência (infecção urinária de repetição), apesar dessas medidas, podemos indicar, individualmente: antibioticoterapia profilática, frutas berry (camberry), pré ou probióticos (lactobacilos), lavagem vesical, etc., porém os resultados ainda são controversos.

É possível realizar tratamento?

A infecção urinária, na maioria dos casos, é resultado de contaminação domiciliar (por uma bactéria comunitária) e não complicada (sem associação com malformações, cálculos, cateteres, etc.), sendo, portanto, sensível a grande número de antibióticos. A melhora dos sintomas, com desaparecimento da febre, ocorre em aproximadamente 48h a 72h após o início de terapêutica adequada. Sempre que possível indicamos antibióticos por via oral, melhorando a aderência ao tratamento.

Se não for tratada quais consequências podem ocorrer?

Infecções urinárias que atingem o parênquima renal (pielonefrite), que não são diagnosticadas e tratadas precocemente, poderão evoluir com cicatrizes renais (cicatriz pielonefrítica). Essas cicatrizes se formam principalmente em crianças pequenas, em especial neonatos e lactentes. Pielonefrites de repetição, presentes em cerca de 30% dos casos, podem formar diversas cicatrizes no mesmo rim, causando perda progressiva da função renal. Os sintomas da doença renal crônica só se manifestam quando os dois rins foram danificados. Em geral é só na adolescência e no adulto jovem que veremos os primeiros sinais e sintomas da doença renal crônica, frequentemente acompanhada de hipertensão e proteinúria. Essa evolução pode ocorrer em cerca de 10-15% dos pacientes que apresentaram infecções urinárias de repetição.

Há fatores que fazem com que uma pessoa tenha maior propensão à infecção urinária?

Sim, a infecção urinária ocorre em indivíduos predispostos por múltiplos fatores: constitucionais: hereditários (genéticos), imunológicos (relacionados à defesa local e sistêmica do organismo), associados a malformações do trato urinário, a cálculos, etc.; alterações funcionais que alterem a urodinâmica, tais como: baixa ingesta hídrica e retenção voluntária de urina, constipação intestinal, etc.; fatores ambientais que aumentem a predisposição à infecção urinária, por exemplo: uso indiscriminado de antibióticos; ou proteja o indivíduo, como aleitamento materno exclusivo.

Eliana Guidoni - CRM 53612 - possui Doutorado em Medicina (Pediatria) pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, Mestrado em Medicina (Pediatria) pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e atualmente é Professor instrutor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e Médica Assistente da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.