segunda-feira, fevereiro 14, 2011

Ressaca: e agora?

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Enjôos, vômitos, cansaço excessivo e muita dor de cabeça. Estes são os sintomas para aqueles que exageraram na noite passada e acordaram de ressaca.

A bebida passa pelo esôfago, estômago, é absorvido no intestino e vai para o fígado, onde o álcool vai ser “filtrado”, utilizando glicose para metabolizá-lo. Logo depois o etanol vai para a corrente sanguínea, chegando ao cérebro. Segundo o Prof. Dr. Ademar Yamanaka , especialista em gastroenterologia e coordenador geral do gastrocentro da Unicamp, algumas pessoas não possuem uma enzima no fígado que ajuda o metabolismo do álcool. Por isso, quando bebem, ficam com aparência rosada. A euforia e a desinibição são os primeiros sintomas do exagero, mas é só durante o sono que o organismo trabalha pra digerir todo o álcool. No dia seguinte, a fraqueza e a sonolência aparecem devido ao gasto excessivo de glicose para metabolizar a substância. As náuseas vêm das secreções gástricas estimuladas pela bebida alcoólica e a dor de cabeça intensa, da desidratação que o etanol provoca. Se a pessoa, além de beber, estiver fumando, pior, pois o álcool, associado com a nicotina, abaixa o nível de oxigenação, acelerando a intoxicação no organismo. Licores, batidas e uísques geram mais desconforto por causa da maior concentração de álcool e da mistura de substâncias. Mas isso não quer dizer que bebidas como cerveja e vinho não fazem mal. Tudo depende da quantidade ingerida.

Os sintomas desagradáveis daqueles que passaram da conta terminam em 24 horas. Há aqueles que dizem que para resolver o problema, só bebendo mais. Pode até funcionar durante um pequeno período, mas o álcool, de qualquer forma, deverá sair no organismo. Além de ser uma medida ineficaz, pode conduzir a pessoa ao alcoolismo. Por isso, são recomendadas outras formas de aliviar o estrago feito. Alimentação, repouso e hidratação se tornam a melhor saída.

Alimentação

Como o corpo já se esforçou demais para processar o álcool, é necessário optar por alimentos de fácil digestão como frutas, vegetais e pães, ricos em vitaminas e minerais e carboidratos, que ajudam a recuperar a energia do corpo e a repor os nutrientes perdidos. Segundo o Prof. Dr. Ademar Yamanaka, especialista em gastroenterologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), “os japoneses costumam tomar um “ocha zuke”, que é uma mistura de chá com ervas e algas com arroz e água quente, para encerrarem a bebedeira e descansar.”

Comer antes de beber e entre um copo e outro também é fundamental. A gordura polinsaturada presente nos peixes e no azeite extra virgem é importantes para ajudar o estômago a se proteger e a metabolizar o álcool. Alimentos gordurosos, como salaminho ou amendoim, ajudam a formar uma “capa” na camada interna dos intestinos. Assim, o álcool demora mais para ser absorvido, reduzindo a velocidade da intoxicação. Portanto, o velho truque de comer pão com azeite e sal antes de beber funciona.

Hidratação

Por ser diurético, o álcool aumenta a quantidade de urina fabricada no organismo e faz com que o corpo elimine mais água do que de costume. Sendo assim, é extremamente importante ingerir muito líquido, seja em forma de água ou suco de frutas, para ajudar os órgãos a se hidratarem novamente.

Além disso, a água ajuda a diluir o etanol presente no estômago e melhora os sintomas de mal-estar. Yamanaka afirma que a água de coco possui íons e sais mineirais, tornando-se um excelente hidratante. “Deveria, inclusive, ser receitado para hidratação oral em casos de diarréias em crianças e adultos”, acrescenta. Há também uma dica: para evitar a ressaca no dia posterior, é importante alternar bebidas alcoólicas com água, refrigerantes ou suco de frutas. “Água com açúcar ou com groselha também serve”, afirma Yamanaka.

Repouso

Aliado a uma boa alimentação e a uma hidratação correta, o repouso é um ótimo meio de se livrar da ressaca. Descansar ajuda as células cerebrais a se recuperarem. Mas, no caso de não poder passar o dia todo na cama, um chá de erva-cidreira é um bom desintoxicante. O remédio que promete evitar a ressaca pode prevenir os sintomas, “mas no dia seguinte a pessoa vai continuar desidratada, de boca seca, com halitose e um certo mal-estar”, explica Yamanaka. Segundo o especialista, analgésicos podem melhorar a dor de cabeça, mas é necessário sempre preocupar-se com o estômago, que estará mais sensível a ataques de remédios.

FONTE : IDMED

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