segunda-feira, julho 04, 2011

Dieta ecológica

Dieta ecológica 

Do Canadá e do Reino Unido chegam-nos dois exemplos de como é possível reduzir, simultaneamente, a pegada ecológica e os quilos na balança.


Ética britânica
Sustentabilidade e reciclagem à mesa

Arthur Pott-Dawson já trabalhou no conceituado River Café, nas margens do Tamisa, em Londres, e com o chef mais mediático da cozinha britânica, Jamie Oliver, mas não foi o currículo que o levou a integrar as páginas do London Restaurant Guide e da imprensa internacional. O sonho de Pott-Dawson, materializado no restaurante Acorn House, é oferecer alternativas saudáveis e ecologicamente aprovadas aos melhores gourmet de Londres. O Acorn House gaba-se de utilizar porções menores, ingredientes orgânicos de produção local e fazer a reciclagem de todas as sobras. “Uso produtos da estação produzidos localmente por pessoas em quem confio. Em vez de comprar peixe do Pacífico ou do Atlântico, compro produtos que vêm de perto, mas só aceito o melhor”, atesta Pott-Dawson. 

Depois do “The Times” e do “The Indepent”, também o jornal “The Observer” se rendeu e apelidou Acorn House de “o restaurante mais ético da Grã-Bretanha”. A pouco e pouco, os clientes habituaram-se a esta nova filosofia que, em menos de um ano, já se tornou um exemplo de sucesso. “Recebemos um grande apoio do público e não estamos a perder dinheiro”. Para além da utilização de material reciclagem, das entregas serem feitas com veículos movidos a biocombustível e da utilização de lâmpadas de baixo consumo, o estabelecimento aboliu a água engarrafada e o ar condicionado. “No próximo restaurante, quero abolir o papel higiénico”, promete o britânico.



Conheça o Acorn House em http://www.acornhouserestaurant.com/



Dieta das 100 milhas
Um ano de alimentação local

O que se consegue comer a 100 milhas de Edmonton, no Canadá? Não sabemos e a família Mackay também não já que, desde Junho, só se alimentam de produtos consumidos num raio inferior a essa distância (cerca de 160 km). É um desafio familiar para “reduzir o impacto de carbono” e “alargar a discussão sobre alimentação local”. Ivor, o pai, admite que “é mais caro”, mas que com o tempo e a sensibilização da população vão conseguindo negociar com os produtores locais para obter preços mais baratos. A vantagem é… “saber a que verdadeiramente sabe uma cenoura”. E assim se tornaram “localívoros” – nome atribuído aos seguidores deste tipo de alimentação. 

As alterações foram drásticas: deixaram os snacks tradicionais e substituiram-nos por fruta e vegetais; as refeições são agora mais planeadas: não há espaço para o improviso. E foram obrigados a ceder o espaço da casa a arcas congeladoras maiores, onde armazenam tomates, milho, feijões e carne. Mas a experiência tem resultado bem na balança e a matriarca Mackay, Lona, já perdeu vários quilos, beneficiando dos dotes de cozinha do marido, que vai “experimentando sabores” e ajuda a manter as refeições “diversificadas”. Conhecer a comunidade local, contribuir para o desenvolvimento dos pequenos agricultores e descobrir o sabor da alimentação saudável são os extras que continuam a motivar a família Mackay. “O desafio fez-nos perceber como os alimentos são o centro da vida e fez-nos valorizar o trabalho árduo que implica obtê-los”.



Texto: Susana Barragán
Saiba mais sobre o movimento “Dieta das 100 milhas” em http://www.100milediet.org/

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