segunda-feira, junho 20, 2011

Sarampo: Europa tem surto e viajantes devem ficar em alerta

Vacinação sarampo surto europaSegundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2011 há mais de 6,5 mil casos confirmados de sarampo em 30 países da Europa. A França é o país com maior surto, tendo 4,9 mil casos notificados entre janeiro e março deste ano, número semelhante aos registrados durante todo o ano passado naquele país.

Outros surtos importantes acontecem na Espanha (Andaluzia), Suíça, Bélgica, países da Europa Oriental, Turquia, além de países de outros continentes, como Canadá, Austrália, Nova Zelândia e Estados Unidos. Nos últimos dias alguns casos de sarampo foram confirmados no Brasil. O Ministério da Saúde recomenda algumas medidas preventivas para todos os viajantes.
A vacina é a prevenção mais eficaz. No calendário nacional de vacinação, a primeira dose deve ser administrada a todas as crianças de um ano de idade e uma segunda dose às crianças entre quatro e seis anos. A tríplice viral também é recomendada às pessoas que viajam ao exterior, profissionais que atuam no setor de turismo, motoristas de táxi, funcionários de hotéis e restaurantes, estudantes e outros que mantenham contato com viajantes internacionais, além dos profissionais da saúde e da educação.
Quando utilizada até 72 horas após o contato com caso confirmado ou suspeito, a vacinação é eficaz. Vale ressaltar que a vacina contém vírus vivo atenuado e, portanto, deve ser usada com indicação médica. Diversos viajantes devem fazer uma dose de reforço antes de partir para seu destino. Deve-se também respeitar as seguintes contraindicações: reação grave à vacina em outras situações, alergia a vacina, gestantes e pessoas com imunossupressão (por exemplo, AIDS ou uso de corticoide).
Um viajante que não apresentou a doença, não foi vacinado e venha a ficar doente começará com febre alta cerca de dez a doze dias após a exposição. Essa febre durará uma semana e será acompanhada de um quadro semelhante ao de uma gripe forte nos primeiros dias. O sintoma será seguido de olhos avermelhados, manchas esbranquiçadas por dentro da boca e, finalmente, um vermelhão por todo o corpo (rash). O rash dura de cinco a sete dias e desaparece lentamente. O quadro pode ser complicado com cegueira, infecção cerebral, diarreia, infecção do ouvido e pneumonia. Vale alertar que não existe nenhum tratamento específico contra o vírus do sarampo.

Alerta do Ministério da Saúde
Todos os viajantes que pretendem visitar outros países devem estar vacinados contra o sarampo. É o que recomenda o Ministério da Saúde, seguindo orientação da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Os vírus causadores dessas doenças ainda circulam intensamente em diversos países do mundo. Por isso, ao viajar para o exterior, as pessoas que não foram vacinadas ficam expostas ao risco de contrair sarampo, podendo contribuir para a reintrodução dessa doença no Brasil.
É importante que os viajantes não vacinados recebam a vacina pelo menos 15 dias antes da partida. A vacina tríplice viral, disponível na rede pública, é eficaz contra sarampo, rubéola e caxumba. Além disso, crianças que receberam a vacina tríplice viral entre os seis e 11 meses de vida devem ser revacinadas aos 12 meses de idade.
Apenas as pessoas que apresentam contraindicações médicas e crianças menores de seis meses de idade não devem ser vacinadas. Na dúvida, devem consultar um médico antes de se vacinar e podem obter o endereço e os horários de funcionamento das salas de vacinação junto à Secretaria de Saúde do seu município. Em todo o país, são mais de 30 mil salas de vacinação.
Indivíduos com suspeita de sarampo devem procurar o serviço de saúde mais próximo e evitar o contato com outras pessoas por sete dias, contados a partir do começo do exantema manchas vermelhas na pele, sinal comum no sarampo.
É extremamente importante que qualquer profissional de saúde, do setor público ou privado, notifique às autoridades locais de saúde (Secretarias Municipais e/ou Estaduais) a ocorrência de qualquer caso suspeito de sarampo. Isso possibilita uma resposta rápida para eliminar o risco de reintrodução desse vírus em nosso país.
Na última década, foram desenvolvidas diversas atividades estratégicas, destacando-se o fortalecimento da vigilância epidemiológica com a investigação de casos suspeitos, vacinação de mulheres em idade fértil e disponibilidade da vacina tríplice viral na rede pública. Como resultado, desde 2000, o país está livre da circulação autóctone do vírus do sarampo. Significa que o agente causador da doença não circula de maneira ampla no território nacional.

Sarampo
Doença aguda, altamente contagiosa, transmitida por vírus. Os sintomas mais comuns são febre, tosse seca, exantema (manchas avermelhadas), coriza e conjuntivite. A transmissão ocorre de pessoa a pessoa, por meio de secreções expelidas pelo doente ao tossir, falar ou respirar. O período de transmissão varia de quatro a seis dias antes do aparecimento do exantema até quatro dias após o surgimento das manchas. A vacina é o meio mais eficaz de prevenção.
De 2001 a 2005, o Brasil apresentou apenas 10 casos de sarampo, dos quais quatro foram importados (Japão, Europa e Ilhas Maldivas) e seis casos eram associados a essa importação.
Em 2006, foram registrados 57 casos na Bahia com fonte de infecção desconhecida, com identificação de genótipo que ainda não tinha circulado no país. Em 2010, foram confirmados 68 casos (no Pará, Rio Grande do Sul e Paraíba) – todos importados ou associados a esses casos importados.
O sarampo ainda é uma das principais causas de morte em crianças pequenas, apesar de haver uma vacina disponível há mais de 40 anos. Um dos motivos é a facilidade com que o vírus é transmitido (via respiratória), resultando em infecção em quase todas as pessoas não imunes que entram em contato com doentes.

As dicas para prevenir a disseminação são:
  • Pessoas com rash (vermelhão) e febre, associados com sintomas respiratórios, após contato com doente de sarampo ou viagem para país de risco, devem limitar seu contato com outras pessoas;
  • Limitar contato com transportes públicos;
  • Limitar exposição a familiares e colegas de trabalho e escola;
  • Avisar o médico ou hospital onde fará a consulta sobre a suspeita;
  • Lembrar que a limitação de contato deve ser mantida até o diagnóstico ser estabelecido, resolução dos sintomas ou até quatro dias do início do rash.

Apenas uma consulta com um especialista poderá estabelecer com maior precisão todos os cuidados necessários para cada destino e cada viajante.


Com informações de Dr. Jaime Rocha, infectologista do Lavoisier, Dra. Natasha Slhessarenko, médica responsável pelos laboratórios Cedic e Cedilab, e do Ministério da Saúde. 


FONTE: IDMED

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