quarta-feira, janeiro 26, 2011

Viroses e diarreias: previna-se das doenças comuns no verão

O que atualmente as pessoas conhecem como “virose”, os especialistas reconhecem como doença, pois pode ser ocasionada por um rotavírus, principal causador de diarreias graves (gastroenterite) na infância, principalmente em crianças menores de cinco anos. Mais diagnosticado no verão, o rotavírus pode se manifestar em todas as estações e é responsável por mais de 400 mil óbitos por ano nos países considerados em desenvolvimento, como o Brasil.

O rotavírus é encontrado em alta concentração nas fezes infectadas e pode ser transmitido via fecal-oral, contato pessoa a pessoa ou por meio da ingestão de água ou alimentos contaminados. O período de incubação é curto e varia de 24 a 48 horas.

Após o contágio, os principais sintomas são a presença de vômitos, diarreia, febre e dor abdominal, que podem durar de quatro a oito dias. A doença se caracteriza por fezes normalmente líquidas e abundantes e pode apresentar sinais gripais como coriza ou tosse.

O principal risco trazido pelo rotavírus é a desidratação, caracterizada boca seca, olhos encovados, prostração ou irritabilidade. Em um estágio mais grave de desidratação, a pessoa pode até ‘parar’ de urinar por várias horas e ficar sonolenta. Esses sintomas devem servir de alerta, pois quanto mais precoce a intervenção médica, menor a chance de hospitalização.

O diagnóstico é clínico, realizado por meio da presença de sintomas e, se necessário, pela análise de amostra de fezes. O especialista explica que não existe nenhum tratamento específico para o rotavírus. A desidratação deve ser combatida com a ingestão de líquidos e os sintomas, em especial a febre, devem ser tratados. Em caso de desidratação leve ou moderada, a hidratação pode ser feita por meio da oferta de soro oral (caseiro ou farmacêutico) que deve ser ministrado enquanto houver a presença de vômitos e diarreia. Já na presença de desidratação mais grave pode ser indicada, a critério do médico, a internação hospitalar para hidratação venosa. No entanto, medicações constipantes não estão indicadas na infecção pelo rotavírus.

Qualquer pessoa está sujeita a contrair o rotavírus, mas as crianças são as mais acometidas. Em adultos a doença é mais rara, mas são registrados surtos em espaços fechados como ambientes de trabalho, hospitais e escolas.

Além do rotavírus, outros vírus também podem causar diarreias. Dentre estes o norovírus tem aumentado sua participação em surtos como em alguns dos casos ocorridos no litoral de São Paulo nesta temporada. A forma de transmissão do norovírus também se dá através da ingestão de água e alimentos contaminados e por contato pessoa-pessoa. A evolução do quadro é semelhante às diarreias causadas pelo rotavírus.

Prevenção

As medidas de prevenção incluem a ingestão de água potável apenas de fonte confiável e evitar banhar-se em praias, lagoas e rios que não estejam liberados para banho pelas autoridades sanitárias. Nos locais onde não haja garantia de que a água seja de boa qualidade, deve-se dar preferência à ingestão de bebidas industrializadas, evitando o consumo de sucos preparados com água não confiável.

Além das medidas tradicionais de higiene e saneamento básico para a prevenção da contaminação pelo rotavírus e norovírus, existem vacinas apenas contra o rotavírus administradas por via oral, eficazes e seguras. A vacina indicada no calendário infantil e aplicada nos postos de saúde é eficaz, mas protege contra apenas um sorotipo do rotavírus. Mais recente no mercado, a vacina pentavalente protege contra 5 sorotipos diferentes do rotavírus, responsáveis por quase 90% da doença causada por esse vírus no mundo.

O esquema da vacina oral pentavalente recomendado é de 3 doses, aos 2, 4 e 6 meses de idade, simultaneamente com as vacinas contra difteria, tétano, caxumba, hemófilo influenza e poliomielite. O intervalo mínimo entre as doses é de 4 semanas.

A primeira dose deve ser aplicada preferencialmente aos 2 meses de idade (idade mínima de 6 semanas e máxima de 12 semanas). A segunda dose, aos 4 meses de idade (idade mínima de 10 semanas e máxima de 14 semanas) e a terceira dose aos 6 meses de idade (idade mínima de 14 semanas e máxima de 32 semanas). Contudo, é importante seguir as recomendações dos profissionais da saúde para cada aplicação.

Dicas para evitar a contaminação por vírus:

- Ferva a água por 30 minutos antes de consumi-la;

- Prefira frutas que possam ser descascadas no momento do consumo;

- Evite consumir bebidas preparadas em locais sem condições de higiene ou que venham com gelo, pois a água pode estar contaminada;

- Prefira alimentos industrializados aos lanches, espetos e outros alimentos vendidos na praia;

- Cuide para que os alimentos sejam guardados e refrigerados corretamente;

- Lave cuidadosamente as mãos, principalmente após utilizar o banheiro e antes de se alimentar.

FONTE : IDMED

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