terça-feira, dezembro 14, 2010

Estresse de fim de ano: como evitá-lo?



Pesquisas indicam que os brasileiros ficam mais estressados no fim do ano. Esta é a época em que o 13º é recebido e em que há as festas em família, o que deveria deixar as pessoas mais felizes. Por que, então, elas ficam estressadas?

Realmente as pessoas deveriam se sentir mais felizes, pois é uma época em que as famílias se reúnem e se confraternizam. O que acontece muitas vezes é que isso é esquecido, ou seja, nos preocupamos em dar do material e não do espiritual. A mensagem principal do Natal, que é o amor, acaba ficando em segundo plano e até o aniversariante fica por vezes esquecido. O comércio e a mídia estimulam as compras, o consumismo e todos se acham no dever de comprar. Os que se encontram financeiramente desfavorecidos sofrem por não poderem suprir os filhos com presentes, os quais são esperados com a visita do papai-noel.

Há uma correria em torno do que comprar, comer, vestir. A tudo isso se soma o final do ano letivo nas escolas, o fechamento nas empresas, etc. Tudo deve estar pronto até que o ano termine. Conclusão: cansaço físico e mental, estresse.

Quais os sintomas do estresse? Ele pode se manifestar fisicamente?

De acordo com estudos da Dra. Marilda Lipp, especialista em estresse, este pode ser dividido em algumas fases. A primeira fase, ou seja, de Alerta, pode ser considerada positiva, pois é um período de produção, criação e motivação. Em seguida temos a Resistência, em que a fase de alerta é mantida por muito tempo e podem se acumular também outras situações estressoras. O organismo tenta resistir ao cansaço para reconquistar o equilíbrio perdido. Nesta fase a pessoa fica mais vulnerável a vírus e bactérias. Se os estímulos estressores persistirem, teremos então a fase de Quase Exaustão. Neste estágio a pessoa ainda consegue trabalhar, pensar, exercer outras atividades, no entanto é preciso um empenho maior, pois a resistência física e emocional começa a se deteriorar. As doenças físicas começam a surgir porque as defesas imunológicas passam a ser destruídas. A última fase e mais patológica é a de Exaustão. É o ápice do desequilíbrio, causando falta de atenção, de concentração, ansiedade, depressão e outras doenças como hipertensão, gastrites, úlceras, vitiligo, psoríase, problemas de pele, dificuldades sexuais, entre outras.

Como evitar o estresse nesta época do ano?

Devemos olhar para nós, estar atentos quanto à nossa agitação. O ideal é não permanecer por muito tempo na fase de Alerta, pois, como mencionamos anteriormente, é um passo para a fase seguinte e para o agravamento do estresse. Assim, sempre que possível o melhor é descontrair e relaxar, saindo um pouco da primeira fase.

Como tratar o estresse? Há algum exercício que possa ser feito para melhorar os sintomas?

Eliminando-se a causa estressora, o estresse desaparece. Mas, para não chegarmos a esse ponto, o ideal é mantermos uma vida saudável por meio de uma alimentação equilibrada e rica em verduras, legumes, cereais, mel de abelhas, água, que muitas vezes nos esquecemos de tomar. O sono também é muito importante para recompormos a energia que tanto necessitamos. Se estivermos tensos, agitados ou ansiosos podemos tomar um chá de camomila, erva-cidreira ou capim-santo antes de dormir. Mas sem excessos. O relaxamento, respiração profunda e meditação também ajudam. Descontraia com uma boa leitura ou música suave.

Exercícios físicos devem fazer parte da vida diária. Pode ser caminhada, Yoga, ginástica, dança, entre outros. O exercício libera endorfinas, as quais nos trazem a sensação de alegria e bem-estar. O equilíbrio emocional, os pensamentos positivos também fazem parte do conjunto para uma vida harmoniosa. Se a depressão e o pessimismo surgirem, a orientação de um profissional especializado pode ajudar.

Quem está mais sujeito a ter quadros de estresse no fim do ano?

Aqueles que durante todo o ano não mantiveram o cuidado consigo mesmos, não praticaram exercícios físicos, não tiveram uma boa alimentação, não cuidaram do emocional e do espiritual e, como agravante, não pouparam suas energias e realizaram além dos seus esforços, estiveram sob pressão, ultrapassando os limites mentais e corporais, estarão propensos a fases mais sérias de estresse.

Dra. Rita Maria Henriques da Silva é psicóloga clínica. CRP 06/24119-8

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