segunda-feira, abril 25, 2011

Mosquito modificado pode brecar transmissão da malária

Cientistas envolvidos no combate à malária descobriram uma forma de manipular geneticamente populações de mosquitos, com a esperança de no futuro reduzir drasticamente a proliferação da doença.

Em estudo publicado na revista “Nature”, os pesquisadores do Imperial College, de Londres, e da University de Washington, de Seattle (EUA), relataram que, após fazer alterações genéticas específicas em alguns mosquitos e permitir que eles procriassem, tais alterações poderiam ser transmitidas para grandes populações de mosquitos em poucas gerações.

Esse é o primeiro experimento demonstrando esse princípio, segundo os cientistas, e o resultado sugere que no futuro será possível difundir mudanças genéticas que dificultem a transmissão da malária pelos mosquitos.

A malária é uma doença infecciosa que afeta mais de 240 milhões de pessoas por ano, matando cerca de 850 mil delas – inclui um grande número de crianças na África.

Não existe vacina, e a prevenção é feita por pesticidas e mosquiteiros (redes sobre as camas).

Na nova experiência, os cientistas demonstraram que um elemento genético modificado, chamado I-SceI, pode ser incorporado ao DNA de mosquitos em cativeiro, sendo transferido a outras gerações na natureza.

Seria possível, então, alterar o código genético dos mosquitos para impedi-los de transmitir o parasita da malária, o Plasmodium falciparum.

Há cerca de 3.500 espécies de mosquitos no mundo, mas poucas delas transmitem a malária. Os pesquisadores disseram que a manipulação genética poderia permitir um maior foco no controle apenas das espécies mais perigosas.

Na experiência, foi usado um gene fluorescente verde para monitorar a mudança genética e sua transmissão a outras gerações.

Agora, a equipe está voltada para genes que o mosquito usa para se reproduzir ou para transmitir a malária.


Fonte: Folha.com

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