sexta-feira, abril 08, 2011

Curativo de celulose acelera cicatrização de úlcera de pele

O uso de curativos de membrana de celulose para a cicatrização de úlceras de pele é testado em pesquisa do Programa Interunidades de Pós-Graduação em Bioengenharia da USP.

O material, de origem biológica, permite curar as lesões com mais rapidez e qualidade. Também será experimentada a aplicação da membrana com própolis, para proporcionar efeito bactericida. Os estudos, realizados pela fisioterapeuta Fernanda Sanchez, necessitam de voluntários para realização do tratamento.



Membrana terá aplicação de própolis para proporcionar efeito bactericida

Durante a pesquisa serão aplicados curativos de celulose, já testados em animais e em portadores de úlceras crônicas de pele. “Também conhecidas como úlceras de pressão, essas lesões atingem pessoas acamadas por longos períodos de tempo”, ressalta a fisioterapeuta. “Devido a pressão excessiva e constante no local da lesão, causada pela falta de movimentação do paciente, o tratamento atualmente é muito difícil.”

A membrana de celulose é um biomaterial, produzido a partir da celulose bacteriana. “Devido a sua espessura e transparência, a membrana pura se assemelha a uma folha de papel de seda”, descreve Fernanda. Após a assepsia do local da lesão, a membrana é aplicada e mantida permanentemente, para que seja absorvida pela pele. “A úlcera se cicatriza de fora para dentro, com mais rapidez e qualidade.”

A fisioterapeuta aponta que o curativo não precisa ser manipulado após a aplicação na pele. “Isso diminui o risco de infecções bacterianas, muito comuns em casos desse tipo de úlceras”, ressalta. Após a aplicação da membrana, o paciente passa por um acompanhamento semanal para verificar se o curativo permanece no local da lesão e se há acúmulo de líquidos.



Própolis

Além dos testes com a membrana pura, o curativo também será testado em uma versão com a aplicação de própolis, substância que possui efeito bactericida. “O uso da membrana também será comparado com a aplicação do laser terapêutico de baixa intensidade, que já é muito utilizado em processos de cicatrização”, planeja Fernanda.

Para continuar com as pesquisas, Fernanda procura voluntários na região de Araraquara (interior de São Paulo), dispostos a fazer o tratamento de úlceras de pele. “Podem participar dos testes clínicos pessoas de qualquer idade que tenham desenvolvido úlceras, mediante assinatura de um termo de consentimento”, afirma. As aplicações serão feitas na própria residência dos pacientes, durante um período de até três meses, dependendo do tempo de cicatrização de cada úlcera. Os interessados podem se inscrever pelos telefones (16)9228-0522 e (16) 3114-8038.

A pesquisa de Fernanda Sanchez tem orientação da professora Ana Maria Minarelli Gaspar, da Faculade de Odontologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Araraquara. O trabalho é desenvolvido pelo Programa de Pós-Graduação Interunidades em Biogenhenharia da USP, que reúne a Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) e o Instituto de Química de São Carlos (IQSC).

 
Fonte: Agência USP de Notícias

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