quarta-feira, novembro 17, 2010

Prisão de ventre: a fruta e os legumes na dieta infantil

Prisão de ventre a fruta e os legumes na dieta infantilNos primeiros meses de vida, devido à imaturidade do sistema digestivo e também ao elevado teor de ferro que se encontra nos leites em pó, é comum verificar que os bebês têm dificuldades, por vezes bem sérias, em evacuar. Esses episódios, frequentemente dolorosos, podem ser minimizados, de forma inofensiva, recorrendo ao estímulo com um termômetro de leitura retal, expelindo assim algum ar acumulado e impedindo que as fezes não se desidratem excessivamente, dificultando a sua expulsão. Assim, para uma manutenção saudável, deve-se promover mais ainda o consumo de frutas e legumes dentro das respectivas especificidades nutricionais, e respeitando sempre as indicações do pediatra e/ou médico da criança.

Por outro lado, é indicado começar, desde bem cedo, a batalha com as crianças para evitar a recusa de alimentos saudáveis como os legumes e as frutas, sobretudo quando experimentam o sabor destes e tentam consumi-los in natura. Afinal, essa recusa do bebê ao sabor ácido é um processo normal de adaptação alimentar. Os pais e outras pessoas responsáveis pela alimentação da criança devem estar sensibilizados para essa resistência e trabalhar, tanto quanto possível, a rotatividade desses alimentos ácidos, mas também as formas variadas com que devem ser apresentados (combinados entre si, na comida, em gelatinas), permitindo desse modo instigar o interesse infantil. Mas lembre-se: esse processo é demorado, e quanto mais cedo começar e quanto mais dinâmica for a estratégia, mais depressa atingirá o êxito. E de preferência que o hábito de consumir legumes e frutas cruas esteja bem implementado antes da criança se tornar mais seletiva, o que acontece por volta dos 12-18 meses e poderá então comprometer a exposição contínua desses alimentos.

Porém, se devemos fazer presente a rotatividade assídua de alimentos ao longo do dia para promover o bom trânsito intestinal, por outro lado é importante estar atento a um plano alimentar desatualizado que possa comprometer a diversificação alimentar, restringindo não só a contribuição nutricional, mas também a educação alimentar e, consequentemente, a evolução sensorial do bebê. Assim, novamente se pede atenção e os pais devem vigiar a qualidade desses alimentos, preferindo os produzidos de modo biológico, se a eles têm acesso, e, na negativa, preferir a produção da época, com maior valor nutricional e também mais econômica. No caso de terem acesso aos produtos biológicos, ou de produção integrada, devem favoravelmente oferecer com casca, já que nesse constituinte se encontra a maior quantidade de fibra, que ajuda o intestino, mas também a maior parcela de vitaminas. Garantido, contudo, que a casca pode ser de difícil digestão, pelo que deve ser oferecida em pequena quantidade, sobretudo nas idades mais precoces, e ir aumentando gradualmente à medida que o bebê cresce.

Solange Burri é mestre em Inovação Alimentar, técnica superior de Segurança Alimentar e microbióloga. Trabalha como consultora técnica em Alimentação de Grupos de Risco e é coordenadora de BabySol®, entidade de consultoria e formação de apoio a Pais e Profissionais de Saúde e Educação sobre a Alimentação de Bebês, Crianças e Grávidas.

Fonte : IDMED

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