segunda-feira, outubro 04, 2010

Comer, rezar, amar. Será esta a fórmula da felicidade?


Veja porque a alimentação, a fé e o relacionamento proporcionam prazer e bem-estar

No livro "Comer, Rezar, Amar", que virou filme e estreou na última sexta-feira (1º), Elizabeth Gilbert tinha trinta anos e tudo o que qualquer mulher poderia querer: um marido apaixonado, uma casa espaçosa que acabara de comprar, o projeto de ter filhos e uma carreira de sucesso. Mas em vez de ser feliz e realizada, sentia-se confusa, triste e em pânico.

A personagem enfrentou um divórcio, uma depressão e outro amor fracassado. Até que decidiu tomar uma decisão radical: livrou-se de todos os bens materiais, demitiu-se do emprego, e partiu para uma viagem de um ano pelo mundo - sozinha. Na Itália, Elizabeth aprendeu a sentir prazer através da comida. Na Índia, se concentrou na espiritualidade, praticando meditação e buscando auto-conhecimento. Em Bali, na Indonésia, encontrou o amor.

Muitas pessoas passam a vida inteira à procura da felicidade. Alguns a encontram ainda na juventude, outros demoram um pouco mais ou sequer sabem por onde começar essa busca. Mas a pergunta que não quer calar é: qual a fórmula ideal para alcançá-la, afinal? O que uma pessoa precisa para ser plenamente feliz? Uma psicóloga, uma nutricionista e um filósofo revelam que tipo de relação os três elementos enaltecidos pelo filme (alimentação, fé e relacionamento) têm com esse sentimento tão almejado.

De acordo com a nutricionista Samira Lecoque, comer é altamente prazeroso. Na hora da alimentação, o corpo libera endorfina e serotonina, que são hormônios que provocam alegria e prazer. " Ao invés de comermos só por questões fisiológicas, nós sentimos prazer em nos alimentar, principalmente em um ambiente aconchegante e com pessoas agradáveis. Comer pode ser considerado até uma terapia", revela.

A psicóloga Fernanda Freitas não crê em uma receita exata para ser feliz. Ela explica que, para isso, a pessoa precisa encontrar dentro de si mesma o que lhe transmite prazer e paz interior. " A felicidade não está relacionada somente a fatores externos, ela é um sentimento de auto-realização e bem estar subjetivo. Existem aspectos que contribuem para a pessoa ser feliz, mas uma fórmula, em si, não existe", esclarece.

Fernanda afirma que a vivência da espiritualidade é um fator importante para a pessoa se considerar feliz. Relacionamentos amorosos também podem colaborar, mas isso é relativo; não é preciso ter um parceiro amoroso para alcançar a felicidade. "Existem pessoas que escolhem viver sozinhas e não se sentem infelizes por este motivo. O importante é a pessoa criar laços e manter relacionamentos com outros seres humanos que sejam satisfatórios afetivamente. Pode ser com a família ou com os amigos", salienta.

O filósofo e doutor em Ciências da Religião, Edebrande Cavalieri, acredita que a fé é uma força dinâmica da própria subjetividade e quem tem fé, tem mais chances de ser feliz.. "A fé, sendo autêntica, tem uma relação direta com a felicidade. É como se a pessoa exercesse perante a vida e a sociedade um ato de esperança e de confiança. Muitas vezes, a fé tem influência até mesmo nos processos de cura e de terapia"diz.

Comer, rezar, amar. Esta foi a fórmula que Elizabeth encontrou para ser feliz, o que não significa que seja a única. Cabe a você descobrir quais sentimentos, desejos e atos lhe farão bem e criar a sua própria receita.

Fonte: Gazeta Online

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