Já é bem reconhecido que o estresse psicossocial está associado a um maior risco de hipertensão arterial, doenças cardiovasculares e câncer, enquanto as evidências da relação com a obesidade são menos robustas. O atual estudo traz mais evidências de que o estresse pode dificultar o controle de peso, especialmente quando já se está acima do peso. Experimentos com primatas revelam que, quando submetidos à subordinação social, os animais têm aumento dos níveis do hormônio cortisol, que por sua vez está associado à obesidade abdominal. Em contraste, outros experimentos também mostram que primatas em posição de liderança comem menos que os que estão em posição de subordinação.
O atual estudo vem se juntar a um corpo de evidências que indica que o estresse está associado a ganho de peso. Desta vez, o acompanhamento dos participantes foi mais prolongado e os resultados ainda sugerem que o estresse do trabalho que engorda os homens é diferente do que o que engorda as mulheres. Esse conhecimento é precioso para a estruturação de programas de promoção à saúde no trabalho.
Dr. Ricardo Teixeira - CRM/DF 12050 - é doutor em Neurologia e Pesquisador do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Unicamp. Dirige o Instituto do Cérebro de Brasília e é o autor do Blog "ConsCiência no Dia a Dia".
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