A íris, a digital, a palma da mão, a voz e até a face. Serão dessas formas que muitas instituições vão identificar os clientes e permitir as transações bancárias. As senhas e os cartões serão deixados de lado para que a leitura biométrica, que reconhece as características de cada pessoa, seja implementada. E não pense que as mudanças são para o futuro. Para trazer mais segurança, as instituições já começam a cadastrar os clientes para o novo formato de serviço. Os aposentados do INSS são os primeiros privilegiados pelas medidas de segurança. Com essa tecnologia, será o fim da ditadura das letras de acesso e dos chaveiros eletrônicos, que exibem um código que muda em segundos para quem utiliza o atendimento do internet banking. Para quem só usa banco on-line, já existem até computadores e notebooks com leitores biométricos, que vão garantir a mesma segurança para quem utilizar os caixas eletrônicos.Entre as instituições financeiras que estão na corrida para libertar os clientes de documentos está o Bradesco. Todas as agências do banco no país contam com a leitura biométrica. Cerca de 10% dos caixas estão adaptados à nova tecnologia. No caso do banco, o serviço biométrico que está em teste é a leitura das veias da palma da mão do cliente. A partir daí, o cliente poderá ter acesso à conta-corrente e a serviços como saques, transferências e retirada de extrato bancário.A segurança do serviço é tão grande que os aposentados que recebem o benefício pelo banco, por exemplo, serão dispensados do recadastramento anual organizado pela Previdência Social. Mas até que o sistema saia da fase de análise, ainda será preciso oferecer a senha nas transações. A Caixa Econômica Federal e o Itaú também iniciaram os estudos para instalar nas suas agências a identificação biométrica. Segundo os bancos, o cliente vai usar sua digital para ter acesso aos serviços.A intenção é proporcionar agilidade e segurança, bem como melhorar a qualidade do atendimento tanto para os usuários do banco, quanto para as pessoas assistidas pelos programas sociais do governo federal. Os demais bancos estudam adotar desde leitura da íris até identificação de face e voz humanas para substituir as atuais senhas e cartões.
Cartão com chip : Enquanto a biometria não domina todo o espaço bancário, instituições financeiras e operadoras mudaram os cartões de crédito. Agora, a ferramenta conta com chip. E para que a compra seja autorizada, é necessário dar uma senha, assim como nos pagamentos realizados com débito. Adotam o serviço empresas como Banco do Brasil, HSBC, Bradesco, Itaú Unibanco e Credicard. As principais bandeiras de cartões que atuam no Brasil, Visa e Mastercard, também já estão exigindo dos bancos as mudanças para evitar fraudes e clonagem dos cartões.
Toda forma de segurança é muito bem-vinda :O empresário do setor de serviços, Júlio Cezar Levoni, tem vários cartões e contas em bancos. Nunca passou pelo drama de ter seus dados clonados ou falsificados. Mas ele acha positivo que todas as agências modernizem seus sistemas para proporcionar mais segurança para os clientes. Levoni, que é cliente do Bradesco, já está ansioso para fazer o seu cadastramento biométrico. “Vou fazer da minha conta-corrente e da conta da minha empresa. Acredito que toda forma de serviço que aumenta a segurança deve ser colocada em prática. Meus cartões de crédito já tem chip e senha”, afirma. Segundo o empresário, a única preocupação é com os avanços tecnológicos das organizações criminosas. “Além da leitura biométrica, acredito que os bancos vão ter que continuar a oferecer senhas para os clientes executarem os serviços. Dessa forma, sinto-me menos preocupado”.
Tecnologia blindada contra clonagem e falsificação :As novas tecnologias bancárias têm grande vantagem. Elas são blindadas a fraudes, clonagens e a falsificações, garantem as empresas. “As pessoas terão algum identificador, que vai nascer com ela ou ser colocado no seu corpo. Quando fizerem compras serão reconhecidas e as contas debitadas automaticamente”, disse Marcelo Lau, diretor da Data Security, consultoria de investigação de crimes eletrônicos. Segundo o presidente da Associação dos Representantes de Bancos do Espírito Santo (Arbes), Jorge Eloy, as instituições investem mais de R$ 6 bilhões por ano em segurança. “A biometria vai dificultar a vida de pessoas ligadas a organizações criminosas. No entanto, hoje ainda não é possível dizer essa é a forma mais segura. Ninguém sabe até que ponto os criminosos também vão evoluir em tecnologias para burlar o acesso e cometer crimes”, afirma. As dúvidas sobre a segurança do novo sistema ainda são evidentes entre a população. Alguns bancos contrataram hackers para invadirem os novos sistemas com a intenção de verificar até que ponto são frágeis. Para não deixa nenhuma brecha, as empresas vão atacar os seus sistemas e, ao mesmo tempo, encontrar soluções para impedir possíveis acessos criminosos. A expectativa é de que, além das agências bancárias, o comércio seja atendido pelas mudanças. Quando fizer uma compra, os dados da conta do cliente serão reconhecidos e o débito será feito automaticamente. Para impedir falsificação de cheques, o Banestes é um dos pioneiros do país a adotar a compensação digital. A análise do documento será feito por escâner e poderá ser pago, de forma on-line, em qualquer agência da rede. Serão instalados 900 aparelhos em 153 pontos do Banestes, segundo a empresa de tecnologia ATP.
Fonte: Gazeta Online