A italiana Nòvabra inicia em 2011 a construção de uma usina para a extração do óleo do pinhão-manso. A unidade ficará em Colatina, numa área de 100 mil metros quadrados próxima ao Terminal Rodoferroviário de Cargas. O investimento inicial é de R$ 20 milhões e o início da operação está marcado para 2012. Até 2015 os outros módulos serão construídos e a fábrica atingirá sua produção máxima: 50 mil toneladas de óleo por ano.Toda essa produção será exportada para a Itália, onde o óleo será transformado em biodiesel. As leis italianas obrigam a mistura de biodiesel ao diesel tradicional. A cada 100 litros, cinco são do combustível ecológico. Segundo o diretor do Grupo API – um dos maiores conglomerados de energia da Europa e dono da Nòvabra – Mauro Sartori, a usina abrirá 70 vagas de trabalho.“Essa é a primeira etapa dos investimentos que vamos fazer no Estado. Até 2014 serão mais R$ 30 milhões, parte na ampliação da produção do pinhão e outra parte na ampliação do parque fabril. Hoje, o diesel vendido na Itália tem 5% de biodiesel. Em 2020, a lei muda e serão 10%. A produção vai ter que aumentar e os investimentos também”, diz Sartori.Até 2014, os europeus querem dispor de 25 mil hectares plantados no Norte e Noroeste do Espírito Santo com capacidade de produzir 50 mil toneladas/ano de óleo cru. Em 2012, primeiro ano de funcionamento, a produção de óleo deve ficar em pouco mais de cinco mil toneladas. Na área da usina ainda serão construídos armazéns para a estocagem dos grãos, do óleo e da torta que sobra depois que os grãos do pinhão-manso são prensados. Até o ano que vem serão realizados estudos para definir a tecnologia adequada para o projeto de extração e valorização da torta. Com essa torta, é possível fazer ração e fertilizantes. A casca do pinhão pode ser usada como carvão vegetal e matéria-prima na fabricação de papel. O Grupo API escolheu o Espírito Santo para investir porque o pinhão é uma planta tolerante à seca e bem adaptada às condições de solo e clima da região Norte e Noroeste do Estado. O foco agora é convencer os pequenos e médios produtores capixabas a investirem na cultura. A Nòvabra dá as mudas e financia os insumos agrícolas.A expectativa é de que cerca de cinco mil novos postos de trabalho sejam gerados em todo o entorno. Os italianos garantem a compra de 100% da produção. O contrato entre a empresa e os agricultores é de 14 anos, a empresa adianta os insumos agrícolas nos primeiros três anos.Pinhão-manso. É um arbusto grande, de crescimento rápido, que atinge até três metros de altura, mas pode alcançar até cinco metros, em condições especiais. A semente do pinhão possui 38% de óleo, sendo utilizado como matéria-prima do biodiesel. É uma planta perene que produz por 30 a 40 anos.
Produtividade.
Chega a produzir entre cinco e seis toneladas de grãos/ano por hectareIncentivos. Os italianos garantem a compra de toda a produção, dão as mudas e adiantam os insumos.
Biodiesel.
É um combustível biodegradável derivado de fontes renováveis. Pode ser produzido a partir de gorduras animais ou de óleos vegetais.
Nòvabra.
É o braço brasileiro da Nòva Energia, empresa especialista em energias limpas do conglomerado italiano API, um dos maiores grupos petrolíferos e energéticos da Europa.
Fonte: Gazeta Online